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Gestações Imperfeitas: novo livro de Ilana Löwy discute a história do diagnóstico pré-natal

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Outubro/2017

Ilana Löwy

Na década de 1960, graças ao desenvolvimento do diagnóstico pré-natal, a medicina encontrou um novo objeto de estudo: o feto vivo. No início, o teste pré-natal foi proposto apenas para mulheres com alto risco de dar à luz uma criança com deficiência. Mas nas décadas seguintes, esses testes tornaram-se rotineiros.

Em Imperfect Pregnancies (Gestações Imperfeitas) Ilana Löwy argumenta que a generalização do diagnóstico pré-natal mudou radicalmente a experiência da gravidez para dezenas de milhões de mulheres em todo o mundo. Embora a maioria das mulheres tenha certeza de que seu futuro filho está se desenvolvendo bem, outras enfrentam um período estressante de espera de resultados, prognóstico incerto e decisões difíceis. Löwy recorda o surgimento de tecnologias biomédicas que possibilitaram o diagnóstico pré-natal e investiga as conseqüências institucionais, socioculturais, econômicas, legais e políticas da sua difusão generalizada.

Como o diagnóstico pré-natal está relacionado à questão delicada do término seletivo da gravidez por uma anomalia fetal, os debates sobre esse tema se concentraram em grande parte na rejeição da imperfeição humana e na noção de que estamos agora patinando numa ladeira escorregadia que levará à nova eugenia. Gravidez Imperfeita conta uma história mais complicada, enfatizando que não existe uma única maneira padronizada de examinar o feto, mas sim um grande número de abordagens historicamente contextualizadas. O livro contemplará estudantes, acadêmicos, profissionais de saúde, gestores e ativistas interessados em questões relacionadas a novas tecnologias médicas, triagem, gerenciamento de risco, gravidez, deficiência e a história e as políticas sociais sobre os corpos das mulheres.

Ilana Löwy é pesquisadora emérita do Instituto Nacional Francês de Saúde e Pesquisa Médica. Ela é autora de Preventive Strikes: Women, Precancer, and Prophylactic Surgery e A Woman’s Disease: The History of Cervical Cancer, além de ser uma das editoras convidadas da coletânea sobre  a medicalização do corpo feminino de HCS-Manguinhos.

Saiba mais sobre o livro

Leia no Blog de HCS-Manguinhos:

Epidemia de zika remete à rubéola e à discussão sobre aborto como ato médico
Ilana Löwy, pesquisadora do Instituto Nacional de Saúde e de Pesquisa Médica de Paris, conta como os surtos de rubéola estimularam a descriminalização do aborto na Europa

A medicalização dos corpos brasileiros na nova edição de HCS-Manguinhos
Ilana Löwy e Emilia Sanabria são as editoras convidadas de coletânea que enfoca principalmente a medicalização do corpo feminino

Leia em HCS-Manguinhos:

A biomedicalização do aborto ilegal: a vida dupla do misoprostol no Brasil
artigo de Silvia De Zordo, disponível em inglês (vol. 23, n.1, jan./mar. 2016)

O dilema de uma prática: experiências de aborto em uma maternidade pública de Salvador, Bahia, artigo de Cecilia McCallum, Greice Menezes e Ana Paula dos Reis (vol. 23, n.1, jan./mar. 2016)

Reprodução, sexualidade e poder: as lutas e disputas em torno do aborto e da contracepção no Rio de Janeiro, 1890-1930, artigo de Marinete dos Santos Silva (vol.19, n.4, dez 2012)

‘Ser mãe é uma ciência’: mulheres, médicos e a construção da maternidade científica na década de 1920, artigo de Maria Martha de Luna Freire  (v.15,  supl.0,  2008)

 


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