Fevereiro/2014
A diferença no tratamento de ricos e pobres era vista já em 1884, na fundação do Lazareto em Ilha Grande. A instituição servia como um centro de triagem onde embarcações estrangeiras deveriam atracar antes de seguirem para o Rio. Passageiros portadores de doenças infecciosas, como peste bubônica e gripe, eram internados. Em um prédio próximo à baía ficavam amontoados os doentes mais pobres. Outro edifício, mais afastado, abrigava detentos da primeira e segunda classe. Eles tinham liberdade para circular dentro da colônia — muitos aproveitaram esse privilégio para fugir da ilha.
Até o sanitarista Oswaldo Cruz, que capitaneava a vigilância dos portos brasileiros, defendia a separação dos presos por classes sociais. O médico chegou a defender a construção de “novas edificações (…) para habitação de doentes abastados, que poderiam viver em casas isoladas”.
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Lazareto da Ilha Grande: isolamento, aprisionamento e vigilância nas áreas de saúde e política (1884-1942) - artigo de Myrian Sepúlveda dos Santos (vol.14 no.4 out./dez. 2007)
Escravos e cidadãos na Ilha Grande: a alvorada republicana demorou a chegar – artigo de Eduardo Cavalcanti Schnoor (vol.19, supl.1, dez 2012)
Entre o Carlo R. e o Orleannais: a saúde pública e a profilaxia marítima no relato de dois casos de navios de imigrantes no porto do Rio de Janeiro, 1893-1907 – artigo de Fernanda Rebelo (vol.20 no.3 jul./set. 2013)
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Pesadelo de além-mar
Navios que chegaram ao Rio cheios de imigrantes infectados tiveram tratamentos diferentes em 1893 e 1907, conta Fernanda Rebelo, da UFBA.