A trajetória dos cientistas Fritz e Hermann Müller pode ser conhecida na exposição temporária Fritz Müller – O Príncipe dos Observadores, que será aberta ao público a partir da próxima sexta-feira (21/03) no Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, Rio de Janeiro.
A mostra resgata a memória dos irmãos Müller, fundamental para a história da ciência no Brasil, e integra o evento Fritz e Hemann Müller – Alemanha e Brasil na Consolidação do Fritz (1822-1897) e Hermann (1829-1883) Müller foram grandes observadores da natureza, que mantiveram intensa correspondência e troca de material com Charles Darwin, inserindo com suas pesquisas o Brasil e Alemanha no contexto da consolidação e popularização da Teoria Darwinista da Evolução das Espécies.
O evento Fritz e Hemann Müller – Alemanha e Brasil na Consolidação do Darwinismo contará, ainda, com um Colóquio Científico e Workshop virtual. A programação completa pode ser consultada em www.museunacional.ufrj.br/novidades/fritz-e-hermann-muller.
Composta por painéis, a exposição Fritz Müller – O Príncipe dos Observadores – produzida pelo Instituto Martius-Staden – conta a trajetória do naturalista desde a Alemanha, onde estudou matemática e medicina, até a sua mudança para o Brasil, no século XIX. Aqui, se instalou em Santa Catarina dando início às pesquisas que tinham como método científico a observação e como objeto de estudo as espécies da Mata Atlântica.
“Fritz Müller foi um homem brilhante. Sem qualquer recurso, ele estudou e interpretou os fenômenos da natureza sem fazer qualquer coleta. Ele preferia estudar os seres vivos no seu próprio ambiente”, explica Christian Westerkamp, professor da Universidade Federal do Cariri e assessor da exposição.
Westerkamp destaca que vários dos experimentos realizados por Fritz Müller reforçaram as teorias do naturalista britânico Charles Darwin. Assinala ainda que o pesquisador – que acabou se naturalizando brasileiro – fundou as bases da biologia no Brasil, além de ter colaborado para divulgar as suas descobertas ao público leigo. “Fritz sempre se preocupou em entender a natureza e não em ficar famoso. Esta é uma das razões de o Brasil ainda desconhecer esse fantástico cientista”.
Além dos painéis, a mostra contará com fotos e material coletados pelos irmãos Müller e obras artísticas relacionadas aos dois naturalistas. O catálogo virtual da exposição Fritz Müller – O Príncipe dos Observadores pode ser visto através do link http://issuu.com/martiusstaden/docs/catalogo_fritz_web.
Exposição Fritz Müller – O Príncipe dos Observadores (exposição temporária)
Museu Nacional/UFRJ
Quinta da Boa Vista – Bairro Imperial de São Cristóvão – Rio de Janeiro
Aberto de terça a domingo das10 às 17 horas, e segundas das 12 às 17 horas
Ingressos: R$ 6 (inteira) e R$ 3 (meia)
Gratuidade: crianças até 5 anos e portadores de necessidades especiais
Telefone: 21 2562-6900
www.museunacional.ufrj.br
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Dossiê Darwinismo (volume 8, número 3, de set/dez 2001)
Artigos no Dossiê:
Teoria social e biologia: perspectivas e problemas da introdução do conceito de história nas ciências biológicas, por Ricardo Waizbort
História e filosofia da ciência: uma abordagem filogenética, por James G. Lennox (em inglês)
Uma breve história da teoria evolutiva, por Edson Pereira da Silva (em inglês)
O conceito de natureza em A origem das espécies, por Anna Carolina K. P. Regner
O salto qualitativo em Theodosius Dobzhansky: unindo as tradições naturalista e experimentalista, por Aldo Mellender de Araújo
Ser ou não ser consiliente: eis a questão, por Eduardo Rodrigues Cruz
De Darwin, de caixas-pretas e do surpreendente retorno do ‘criacionismo’, por Maurício Vieira Martins
Em outras edições:
Darwin: entre Paley y Demócrito, por Gustavo Caponi (vol.10, no.3, dez 2003)
Das intermináveis incursões de Darwin pelo Brasil, pela América Latina e pelo mundo. Por Andre Luis de Lima Carvalho, (vol.20, suppl.1, nov. 2013)
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