Agosto/2013
Marcelo Garcia | Ciência Hoje
Uma das metas da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a malária é que até 2025 seja produzida uma vacina com alto grau de imunização contra a doença. No entanto, até hoje nenhuma candidata conseguiu se aproximar desse objetivo. Mais um passo nessa direção foi dado por um estudo publicado na revista Science desta semana. Testes clínicos iniciais mostraram bons resultados de um imunizante baseado na forma infectante do parasita atenuada e trouxeram mais informações sobre os mecanismos imunológicos associados à doença. No entanto, a grande quantidade de doses necessárias e a utilização de via intravenosa representam grandes obstáculos à nova vacina.
Nos últimos anos, intervenções para o controle da malária, como a utilização de testes rápidos de diagnóstico e drogas mais potentes, têm reduzido a morbidade e a mortalidade relacionadas à doença. No Brasil, os números têm caído, embora a expansão das atividades humanas para a Amazônia preocupe. Mesmo assim, em 2012, foram registrados 220 milhões de casos e um milhão de mortes por malária no mundo.
Por ser o responsável pelas manifestações mais graves da doença e também o mais estudado dos protozoários causadores da malária, o Plasmodium falciparum serviu como base para a vacina, que foi testada em 40 indivíduos, submetidos a diversos regimes de aplicação, todos por via intravenosa.

Antígenos da vacina, que contém esporozoítos de ‘Plasmodium falciparum’, parasita responsável pelas manifestações mais graves de malária. (imagem: cortesia de Stephen Hoffman, Sanaria Inc.)
Os melhores resultados foram obtidos pelo grupo que recebeu a maior dosagem (1,35×105 esporozoítos – estágio infectante do parasita – por dose) em dois regimes: o de quatro aplicações, separadas entre si por quatro semanas, obteve 60% de proteção contra o P. falciparum; e o de cinco aplicações, semelhante ao anterior, mas com a última aplicação sete semanas após a quarta, foi 100% eficiente.
Os resultados mostram uma forte relação entre proteção, dosagem e intervalo entre as aplicações que precisa ser mais estudada. “Ainda não sabemos ao certo quais desses fatores foram mais determinantes na proteção induzida, por isso, os próximos testes irão avaliar novas combinações, em busca de mais proteção”, diz um dos autores do estudo, o imunologista Robert Seder, do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Endêmicas, dos Laboratórios Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH).
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Nota do Blog:
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