Junho/2016
A luta por uma sociedade sem manicômios é uma das mais bem sucedidas da história recente brasileira. Uma das principais práticas de visibilidade do movimento é a comemoração do Dia Nacional de Luta Antimanicomial, data lembrada em diversos lugares do país.
As comemorações desse dia – 18 de maio – têm nos cartazes uma das suas principais estratégias de divulgação e mobilização: com eles circulam e são difundidos os discursos que defendem uma sociedade sem manicômios.
Com o objetivo de compreender algumas estratégias discursivas do Movimento Nacional de Luta Antimanicomial no Brasil, os pesquisadores da Fiocruz Wanda Espirito Santo, Inesita Soares de Araujo e Paulo Amarante realizaram uma leitura analítica e comparativa de dois cartazes comemorativos desse dia. As conclusões estão publicadas em artigo nesta edição de HCS-Manguinhos.
Os cartazes selecionados foram produzidos para públicos diferentes e em locais diversos (São Paulo e Minas Gerais). Eles fazem parte do vasto acervo de materiais que narram a trajetória antimanicomial no Brasil do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Saúde Mental e Atenção Psicossocial da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz).
Apesar de empregarem a mesma tática e utilizarem o mesmo slogan – Manicômio nunca mais -, os cartazes organizam suas estratégias discursivas de formas diferentes. Porém, o discurso antagonista – pró-instituição manicomial – é desqualificado em ambos. “O lugar de segregação, considerado como lugar de tratamento e centro da ciência, perde paulatinamente seu lugar de verdade”, afirmam os autores.
Leia em HCS-Manguinhos:
Comunicação e saúde mental: análise discursiva de cartazes do Movimento Nacional de Luta Antimanicomial do Brasil, artigo de Wanda Espirito Santo, Inesita Soares de Araujo e Paulo Amarante (vol.23, n.2, abr./jun. 2016)